INVESTIGAÇÃO PATRIMONIAL

por Gustavo Kuster

INVESTIGAÇÃO PATRIMONIAL E O PROCESSO DE EXECUÇÃO: ESTRATÉGIAS EFICIENTES PARA LOCALIZAÇÃO DE BENS DO EXECUTADO

O processo de execução é um dos pilares do direito processual civil, sendo responsável por garantir o cumprimento forçado das obrigações estabelecidas em título executivo. No entanto, a efetividade dessa fase depende diretamente da localização dos bens do executado, o que exige do advogado uma abordagem estratégica e detalhada na investigação patrimonial. Diante das diversas formas de ocultação de patrimônio por parte do devedor, torna-se fundamental o uso de técnicas investigativas robustas para assegurar o êxito na satisfação do crédito.

Uma das primeiras etapas na localização de bens consiste na consulta a bases de dados oficiais. O Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ) e o Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) fornecem informações sobre a existência de empresas ou vínculos do executado com sociedades empresárias, possibilitando o rastreamento de ativos. Além disso, sistemas como o *Infojud* e o *Bacenjud* permitem acesso a declarações fiscais e informações bancárias, o que pode revelar a real capacidade financeira do devedor.

Outra ferramenta essencial é a pesquisa em cartórios de registros públicos, especialmente os de imóveis e de registro de veículos. Através dessas consultas, é possível identificar propriedades registradas em nome do executado ou de terceiros que possam estar envolvidos em eventuais fraudes patrimoniais, como a transferência simulada de bens para evitar a penhora. O *Renajud*, por sua vez, possibilita a restrição e eventual bloqueio de veículos de propriedade do devedor, impedindo sua alienação antes da quitação da dívida.

A análise de dados financeiros e transações bancárias do executado também pode fornecer indícios sobre a existência de patrimônio oculto. Movimentações atípicas, transferências sucessivas entre contas de terceiros e aumento repentino no padrão de vida sem justificativa aparente são sinais de possível ocultação de ativos. O uso de perícias contábeis e a quebra de sigilo bancário, quando autorizados pelo juízo, podem revelar informações cruciais para o sucesso da execução.

O cruzamento de informações obtidas em redes sociais e plataformas digitais é outro método cada vez mais utilizado na investigação patrimonial. Publicações que indicam a posse de veículos de luxo, imóveis ou outros bens de alto valor podem servir como prova indireta da existência de patrimônio não declarado. Fotografias, vídeos e postagens que demonstram gastos incompatíveis com a renda declarada do executado podem embasar pedidos de aprofundamento da investigação patrimonial no processo de execução.

Outro aspecto relevante da estratégia de localização de bens é o monitoramento de atividades empresariais do devedor. Muitas vezes, os executados figuram como sócios ocultos em empresas registradas em nome de terceiros, prática que visa dificultar a penhora de bens. A análise detalhada dos contratos sociais e das demonstrações financeiras dessas empresas pode revelar a verdadeira participação do executado, permitindo o direcionamento da execução para tais ativos.

Além dessas ferramentas tradicionais, técnicas mais avançadas têm sido empregadas com êxito, como a análise de blockchain para rastreamento de criptomoedas. O uso crescente de ativos digitais como forma de ocultação patrimonial exige que advogados especializados em execução estejam atentos a essa nova realidade. Determinadas exchanges já cooperam com ordens judiciais para identificação e bloqueio de criptoativos pertencentes a devedores.

A desconsideração da personalidade jurídica também se mostra um recurso eficaz na execução, especialmente quando há indícios de confusão patrimonial entre o devedor e sua empresa. A comprovação do uso abusivo da pessoa jurídica para frustrar credores permite que os bens da empresa sejam alcançados para satisfação da dívida. Para isso, é fundamental demonstrar elementos como a ausência de separação entre as finanças pessoais e empresariais ou a dilapidação intencional do patrimônio social.

Por fim, uma estratégia muitas vezes subestimada, mas que pode ser determinante no sucesso da execução, é o uso de medidas coercitivas atípicas. A recente jurisprudência tem admitido restrições como a apreensão da CNH e do passaporte do devedor, suspensão de cartões de crédito e até mesmo a proibição de participação em licitações públicas. Essas medidas, ao criar uma pressão sobre o executado, frequentemente resultam na quitação voluntária da dívida.

Portanto, a investigação patrimonial exige uma atuação multidisciplinar e estratégica, combinando o uso de ferramentas tecnológicas, pesquisa documental e medidas jurídicas eficazes. A criatividade e a persistência do advogado são essenciais para evitar que devedores contumazes utilizem subterfúgios para escapar do cumprimento de suas obrigações. A efetividade da execução, por sua vez, fortalece a credibilidade do sistema jurídico e assegura a justiça aos credores.

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Advogado, pós graduado em Direito Processual Civil, com forte atuação nos Tribunais Superiores.


Atua em conjunto com outros advogados na área extrajudicial e judicial até o trânsito em julgado das ações.

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Gustavo Kuster

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